sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

LIXO ELETRÔNICO

O que é o lixo eletrônico?
Podemos definir como lixo eletrônico ou e-lixo tudo o que é proveniente de equipamentos eletro-eletrônicos, incluindo celulares, computadores, impressoras etc.
Milhares de aparelhos são descartados diariamente, e com a rapidez da tecnologia, cada vez mais o consumidor quer substituir seus aparelhos por outros mais modernos, mesmo que os "antigos" ainda estejam funcionando.

Como agir em relação ao seu lixo eletrônico.

Se você quer ser ambientalmente responsável no que se refere ao seu lixo eletrônico, siga as orientações abaixo:
1. Exercite o consumo consciente. Antes de comprar um aparelho, verifique se:
a. você realmente precisa dele;
b. o aparelho possui sistema de economia de energia (se não tiver, não compre)
c. a empresa produtora oferece sistema de recolhimento e reciclagem, quando você quiser se desfazer do equipamento (como são poucas as empresas que oferecem esse serviço, não dá para descartar todas as outras. Mas dê preferência aos produtos de empresas mais responsáveis);

d. durante o uso, siga as recomendações do fabricante para redução do uso de energia e para aumentar a durabilidade do aparelho e/ou das baterias. Não deixe os aparelhos ligados sem necessidade;
e. não se desfaça do aparelho por “modismos”. Troque apenas quando realmente for impossível continuar com o que você já tem;
f. para descartar o equipamento usado, entre em contato preferencialmente com instituições que possam reutilizá-lo. Veja no site a lista. Se não houver como reutilizar seus equipamentos, garanta que a sucata eletrônica será reciclada adequadamente, doando seus resíduos preferencialmente para cooperativas de catadores capacitadas.

A FORMA DE CONTAMINAÇÃO PELO LIXO ELETRÔNICO

Os lixos tecnológicos e seus componentes, inclusive pilhas, baterias e produtos magnetizados. Mercúrio, chumbo, cádmio, manganês e níquel são alguns dos metais pesados presentes nesses aparelhos. Na soldagem de computadores, por exemplo, usa-se chumbo; no visor do celular, mercúrio. Nas pilhas, usa-se índio (In) – metal parecido com o zinco – e manganês, depois que foram abolidos o cádmio e o mercúrio, que são mais tóxicos. Esses elementos abolidos no Brasil ainda são encontrados em pilhas que entram no país pelo mercado negro. Quando as pilhas e os equipamentos eletroeletrônicos são descartados de forma incorreta, no lixo comum, que segue para aterros sanitários, essas substâncias tóxicas são liberadas e penetram no solo, contaminando lençóis freáticos e, aos poucos, animais e seres humanos, podendo provocar efeitos como os mostrados no quadro abaixo.
Um antigo computador 286, por exemplo, com 1600 pontos soldados, que correspondem a 4 gramas de solda de chumbo, pode levar à contaminação por arraste, uma área de 600 metros cúbicos de solo, que exigirá posteriormente a remediação, além de exposição desnecessária de trabalhadores e consumidores. 
A tecnologia ainda não avançou o suficiente para que essas substâncias sejam dispensáveis nos aparelhos. O que propõem cientistas, ambientalistas e legisladores, de diferentes formas, é que se procure reduzir, reciclar, reutilizar e recuperar energia.

PARA ONDE VAI O LIXO ELETRÔNICO?

No momento, a única lei que trata de recolhimento de material eletrônico no Brasil é a Resolução 257, do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), de 1999, que atribui aos fabricantes ou importadores de pilhas e baterias a responsabilidade pelo gerenciamento desses produtos tecnológicos que necessitam de disposição final específica, em função do perigo e dos níveis de metais tóxicos que eles apresentam e que podem causar danos ao meio ambiente e à saúde pública.

O QUE A SOCIEDADE PODE FAZER?

O primeiro passo do caminho para um sistema sustentável, conforme ensina o professor da UFRJ Julio Carlos Afonso, seria coletar seletivamente o lixo eletrônico do restante do lixo, encaminhando-o a cooperativas ou empresas que se dediquem ao desmonte do material coletado para separação dos diversos componentes – plástico, metais, contatos elétricos etc. Eles devem ser reconhecidos e separados, etapa que exige algum treinamento.
Porém, ele ressalta que os entraves para seguir esse caminho são inúmeros: falta de legislação pertinente, baixa conscientização da população, falta de incentivos a atividades de reciclagem nesse segmento (ao contrário do que ocorre com a reciclagem das latas de alumínio, plásticos, papéis, etc), logística de coleta complexa e cara, pesquisas fundamentais e aplicadas ainda incipientes, e falta de visão de muitos governos e sociedades frente ao problema do lixo eletrônico, uma verdadeira bomba ambiental para “explodir” num futuro incerto, explica, com certo desânimo frente à situação.

CONCLUSÃO


Segundo o professor Júlio Carlos Afonso, a pesquisa científica e tecnológica pode ajudar a encontrar soluções que permitam reciclar ou, pelo menos, tratar o lixo eletrônico de modo a reduzir seus impactos ambientais. “É possível desenvolver novos materiais que substituam metais pesados tóxicos hoje formulados na fabricação de diversos componentes do lixo, tornando ao mesmo tempo esse lixo menos tóxico e mais facilmente reciclável”. Porém, ele acredita também que nada disso pode fazer frente ao desejo compulsivo dos consumidores de terem sempre a última palavra em matéria de aparelhos eletroeletrônicos de última geração. “É a perfeita cristalização de uma sociedade movida pelo consumo de forma insustentável.”
Por isso, a educação e a consciência da população para um consumo mais responsável, precisam acompanhar o processo do desenvolvimento de processos e de produtos.
Mas creio ser um desafio tão forte quanto o do desenvolvimento tecnológico de soluções para o lixo.